Entrevista

Entrevista com The Breathing

27/12/2007 2007-12-27 12:00:00 KoME Autor: sianface & Laurent Tradução: Pan

Entrevista com The Breathing

O KoME teve a oportunidade de conduzir uma entrevista por email com The Breathing. Perguntamos a eles sobre seu passado, presente e futuro.


© The Breathing
De acordo com vocês, quais são os elementos mais característicos da música da The Breathing?
Mitch: Eu acho que nós misturamos vários estilos por causa de nossos diferentes passados culturais. Todos nós crescemos ouvindo várias coisas iguais, surpreendentemente, mas também crescemos ouvindo coisas completamente diferentes.

Qual a sua opinião sobre a atual cena musical coreana?
Mitch: Bem, está bastante corrompida, como a maioria das cenas musicais. Sempre há bons músicos, onde quer que você vá. E eles não estão em falta aqui na Coréia. No entanto, eles são contidos, na maioria das vezes, por homens de negócios, que gostam de reprimir criatividade pelo bem da mesmice, porque ela traz lucros. Infelizmente isso é muito forte na Coréia, mas eu não critico os músicos. Há grandes músicos aqui. Mas na cena é praticamente inexistente, mas isso não significa que não exista alguém surgindo.

Qual tem sido a reação de ouvintes de fora da Coréia à sua música?
Mitch: Até o ano passado, nós não tínhamos feito nada internacionalmente. Nós estávamos apenas nos focando no que estávamos fazendo aqui na Coréia, mas depois de algumas decepções por aqui, nós decidimos que talvez fossemos melhor recebidos internacionalmente. Por enquanto é muito cedo pra dizer, eu acho. Depois que esse álbum sair, vamos ver como eles vão reagir. Eu acho que nosso primeiro álbum soava "coreano" demais para a maioria dos estrangeiros que moram aqui na Coréia. Porque era muito simples e era quase todo em coreano. Eu não tenho problema com isso, no entanto esse novo álbum é um pouco mais internacional.

A banda lançou três álbuns usando nomes diferentes antes de lançar Walk Away. Vocês podem nos dar informações sobre esses lançamentos?
Mitch: O mínimo possível, espero (risos). Eles não são nada que possamos nos orgulhar. Todo o músico tem seus dias de juventude, eu acho. Basicamente, todos eles foram feitos nos Estados Unidos. O primeiro foi meu álbum solo, que eu fiz em 1998. Eu tinha acabado de sair do colégio e tinha muitas músicas, alguns bons músicos, um estúdio com um gravador 4-track e nenhuma experiência em gravação. Chama-se All Around Me e eu ainda tenho 2 caixas sobrando e eu as estou escondendo do mundo. O segundo foi quando eu tinha alguns membros na banda e nós éramos chamados The Breathing Cosbies. Nós tivemos ainda menos tempo e dinheiro para gravar esse, então não tivemos tempo de consertar os erros. E tinham muitos erros. O terceiro foi com a mesma banda, mas a Sunny tinha se juntado a nós. Nós tínhamos seguido caminhos diferentes e eu estava pronto para me mudar para Coréia e queria lançar o álbum lá. Então, eu, meu velho baterista, Ernie e Sunny escrevemos e gravamos o álbum em quatro dias. Eu gostei bastante, mas não sei onde foi parar. Era uma mistura de instrumentos acústicos com muita programação eletrônica. Nós estávamos ouvindo muito Björk na época, eu acho. Enfim, eu o perdi, mas tenho certeza que alguém tem uma cópia. Nós demos alguns shows quando eu me mudei para Coréia e vendemos algumas cópias, mas rapidamente percebemos que a Coréia não estava preparada para esse som. Era um musical, na verdade. Eu não desgosto de nenhum deles, no entanto, porque eles são um pouco da memória da The Breathing em diferentes estágios da história. Nós tivemos mais de 65 membros ao longo dos anos e não estamos relaxando. Eu realmente me diverti em todos eles, então os álbuns são uma espécie de lembrança de cada membro e seja qual for a era que nós estávamos na época. Seja a fase do "coffee shop" acústico, ou a fase do eletrônico experimental, ou a fase simplista coreana. E as músicas são como diários pra mim. Você não pode jogar fora diários antigos, não importa o quanto eles te envergonhem.

Como surgiu o atual nome da banda? Há um significado por trás dele?
Mitch: Bem, o baterista mencionado anteriormente, Ernie, que deu a idéia. Além dos 65 membros, nós tivemos uma longa lista de nomes também. Quando estávamos tentando pensar em um novo nome, Ernie mencionou um diálogo da comédia dos anos 80 Bill Cosby, onde ele estava falando sobre sua mulher estar grávida e como eles praticavam respiração e que as pessoas costumavam chamá-los de Breathing Cosbies. Então, nós pegamos todo o nome e éramos The Breathing Cosbies quando estávamos nos Estados Unidos. Quando viemos para Coréia e assinamos contrato com uma gravadora, o nosso produtor disse que o nome era muito longo para os coreanos se lembrarem, então ele encurtou para The Breathing. Eu realmente gostaria que tivesse mais coisa por trás do nome do que isso. Com certeza parece que deveria ter. Mas é isso.

Mitch criou a banda nos Estados Unidos, como o projeto foi parar na Coréia?
Mitch: Bem, quando eu estava na faculdade em Michigan, eu costumava ensinar estudantes coreanos como um emprego de meio-período. A família deles era tão legal que todos me convidavam para ir pra Coréia fazer música, então eu fui. Na época que eu me formei na faculdade, já tinha passado dois verões na Coréia. Eu amei. O resto dos membros da banda também estavam se formando e se mudando na época, e como a Sunny estava com a gente na época, a coisa lógica a ser feita era continuar, mas na Coréia. Nós na verdade tínhamos essa idéia louca de ser uma super-banda internacional com unidades nos Estados Unidos, Coréia e Japão. E nós fizemos isso por aproximadamente dois anos, mas a nossa unidade é a única que continua existindo.

Mitch, como você conheceu os outros membros da banda?
Mitch: Bem, eu não vou listar os 65, mas eu imagino que você esteja falando dos membros atuais. Eu conheci a Sunny no segundo verão que vim pra Coréia em um acampamento para estudantes de inglês, que eu estava dando aula. Ela se mudou para os Estados Unidos, pra não muito longe de mim, no ano seguinte. Eu era o vocalista na época, eu e outro cara chamado Jake. Mas quando eu ouvi a voz dela, eu soube que era hora de desistir do microfone. Então, quando nós viemos pra Coréia, eu trabalhei em um estúdio de gravação por um tempo e conheci Won Shik, que era um baterista do estúdio. Eu não sabia falar coreano na época e ele não falava muito inglês, então nós não mantivemos contato. Mas dois anos depois, quando precisávamos de um novo baterista, eu liguei pra ele e ele quis se juntar a nós. O Michael nós conhecemos em uma boate. A namorada dele (hoje em dia noiva) era amiga nossa e nos apresentou pra ele em uma boate, uma noite. Eu e ele conversamos sobre música por horas e foi amor à primeira vista. O Andi eu conhecia há anos. Ele está na cena musical coreana há um longo tempo. Ele já esteve em outras bandas e produzindo. Eu já tinha o visto na TV e era amigo da banda antiga dele. Quando eu ia ao show deles, as pessoas vinham falar comigo achando que eu era o Andi só porque sou estrangeiro. Então, quando eu precisei de um baixista, eu falei com o Ricky, guitarrista daquela banda, e ele ligou para o Andi. Nós nos encontramos e percebemos que tínhamos mais em comum do que podíamos imaginar e então simplesmente funcionou.

Mitch, você é creditado como compositor de todas as músicas do CD Walk Away, os outros membros ajudaram no processo de composição das novas canções?
Mitch: Sim, o Andi compôs três músicas do novo álbum. Ele é um grande compositor, então nós meio que dividimos. Eu adoraria escrever algumas coisas com ele, mas ainda não chegamos tão longe, por enquanto. Mas a banda como um todo trabalha na sua parte da música e nós fazemos os arranjos como uma banda, na maioria das vezes. A não ser que eu me sinta como um ditador e eles são muito cooperativos. Mas o que eu mais gosto é quando deixo todos criarem e trazerem suas idéias. A Sunny escreveu algumas letras e fez todas as traduções. Eu escrevo as letras em inglês e ela traduz o mais próximo que consegue. O que não é muito fácil, porque nem sempre a tradução da letra se encaixa bem. Então, nas partes em nós cantamos em inglês, são as partes onde era muito difícil de traduzir e nós estávamos próximos de brigar, então simplesmente dissemos: "dane-se, vamos cantar em inglês". Hoje em dia, várias de nossas músicas são em inglês. Eu estou quase pronto para escrever em coreano, mas isso é um desafio.

Seu single recente Africa era sobre o continente e a banda apóia a campanha One. O que particularmente os atraiu a ajudar essa causa?
Mitch: Bem, eu expliquei no episódio 9 ou 10 do The Breathing Show. Eu não consigo me lembrar qual episódio agora. Mas basicamente eu me sinto muito inspirado pela campanha One e Data e grupos desse tipo. Eu estou animado com o fato dos americanos estarem finalmente começando a se unir e fazer algo significante com relação a isso e vários outros países também, claro. No entanto, morando na Coréia, eu quase nunca escuto conversas sobre questões de justiça social, como os vários, vários problemas acontecendo na África. Não estou tentando ser crítico, só estou dizendo que eu vi a necessidade de ter consciência, porque se os músicos, atores e celebridades daqui começarem a falar sobre alguns desses assuntos, o país inteiro iria apoiar, mas se ninguém disser nada, as pessoas podem continuar falando sobre suas roupas e cabelo pra sempre. Eu acho que seria triste pra nós que vivemos na Coréia perder essa parte da história e ser totalmente deixado de fora dessa enorme porção do resto do mundo que está envolvida nisso. O único problema é, nós mal somos celebridades, então quem se importa? Mas eu acho que todo mundo deveria usar qualquer voz que tenha, não importa o quão pequena seja, porque eu realmente acredito que há esperança para África. Nós estamos vendo acontecer e queremos fazer parte. Eu não quero que a Coréia deixe de se envolver.

Você mesmo fez o vídeo promocional de Africa. Você poderia nos falar mais sobre essa experiência? Você gostou de fazê-lo?
Mitch: Sim, eu amei porque foi minha segunda tentativa filmando. A primeira foi o vídeo de Walk Away, que falhou seriamente e a banda me critica até hoje por isso. Então eu decidi deixá-los fora desse último e nós tínhamos pouco a nenhum orçamento ou recursos, então eu tentei pensar em uma idéia que pudéssemos fazer sem dinheiro, mas isso traria uma boa imagem para apoiar a mensagem sobre a África. Então eu tive essa idéia, e eu tenho certeza que não é original, mas eu pensei eu tirar um monte de fotos de coisas perto da minha casa e colocá-las juntas como em uma animação. Então eu tirei centenas de fotos do carpete do estúdio da minha casa, das paredes, dos meus livros e alguns pôsteres que eu tenho. Então, eu coloquei todos em ordem, o que foi bem entediante e chato. O áudio vai ficar muito melhor. Isso foi só para ficar pronto a tempo. Nós também temos outro vídeo que foi gravado sem orçamento para outra canção do álbum que eu gosto muito, mas isso eu vou deixar como uma surpresa até o lançamento do álbum, no entanto.

Vocês recentemente gravaram seu segundo álbum, vocês acham que sua música progrediu ou evoluiu desde o primeiro álbum?
Mitch: Sim, eu acho que sim. Primeiro que temos novos membros desde o primeiro álbum e isso muda muito as coisas. Além disso, nós estamos auto-produzindo esse álbum e isso muda muitas coisas. O primeiro álbum tinha muita influência de nossos produtores e esse é todo nosso. Além disso, nós estamos tocando a maioria dessas músicas ao vivo há um tempo, então isso influenciou bastante o álbum. Nós queríamos conseguir um som bem básico da Breathing, sem adicionar muito a mixagem.

Vocês poderiam nos dizer o título do novo álbum e o nome das músicas dele?
Mitch: Nós ainda não falamos sobre o título, mas eu acho que será chamado Ready. E essa é a primeira música. Africa estará lá também. Músicas que tocamos ao vivo há um bom tempo como Forever, The Happy Song, It All Ends, New e Run Around, além de algumas novas músicas que eu deixarei como surpresa.

Nós já conhecemos a música Africa, quais são os temas das outras músicas?
Mitch: Bem, Africa é a única música do álbum sobre justiça social. As outras são sobre várias coisas. Algumas são basicamente músicas simples e felizes de amor como Run Around e Happy. Nós temos algumas músicas que são seqüências de Radio como, por exemplo, Ready e New. Elas são sobre a indústria também, sobre a necessidade de criatividade e arte. Temos algumas canções sobre as dificuldades de ser humano e temos algumas sobre esperança e o final do sofrimento. Nós tentamos atingir várias áreas. Nós tentamos escrever sobre nossas experiências e tudo que escrevemos vem da nossa perspectiva de fé.

O que vocês diriam para persuadir as pessoas a ouvirem seu novo álbum?
Mitch: Por favor...

O novo álbum irá contar com a colaboração de outros artistas/bandas? Ou vocês têm algum plano de colaborar com outros artistas no futuro?
Mitch: Nós adoraríamos colaborar com outras bandas. Nós estamos planejando algumas turnês com alguns de meus novos artistas japoneses favoritos e eu estou bastante empolgado pra isso. Eu espero que possamos continuar trabalhando perto deles. Nós acabamos de entrar em um concurso da gravadora do Sufjan Steven, Asthmatic Kitty Records. Era um concurso de natal onde você gravava o original de uma música de natal e mandava pra eles. Se você ganhar, você troca a sua música por uma do Sufjan e então você fica com os direitos totais sobre a música dele. Então, se acontecer de nós ganharmos, será a colaboração dos meus sonhos, porque eu vou colocar a música dele no nosso álbum como uma faixa bônus de Sufjan Stevens. Simplesmente porque eu acho que ele é um músico genial e eu ficaria tão honrado em dizer que ele participou do nosso álbum. Mantenham seus dedos cruzados.

Seu novo álbum será lançado pelo iTunes, o que vocês acham dessa nova forma de lançar música? Vocês acham que a Internet ajudou a The Breathing a ganhar mais fãs?
Mitch: Não ajudou ainda, mas esse será o nosso primeiro álbum no iTunes. Eu acho que é ótimo porque artistas como nós que estão de saco cheio das gravadoras, moram fora dos Estados Unidos e tem outros trabalhos, agora podem lançar música para o mundo todo. Então, pra nós é perfeito. Pode não ser pra todo mundo, mas eu adoro. Os velhos hábitos em mim ainda querem fazer um CD de verdade, e talvez nós façamos, mas o legal é que se não quisermos, ou não tivermos dinheiro para fazer, não precisamos. A única distribuidora que podemos conseguir aqui na Coréia é estritamente na Coréia, então pela nossa antiga gravadora não havia sequer a possibilidade de nos lançarmos internacionalmente. Agora, subitamente, o mundo está aberto para nós. É muito libertador. O único problema é que o iTunes não tem uma loja na Coréia, então não podemos lançar nosso álbum em nosso país. O que faremos é, provavelmente encontrar nosso próprio licenciamento e distribuição na Coréia, depois de lançarmos nosso álbum no iTunes.

The Breathing Show é uma idéia brilhante, como ela nasceu?
Mitch: Bem, eu não tenho certeza mais. Eu acho que foi porque eu estava assistindo uma de minhas bandas preferidas, como Guster, e eles estavam fazendo algo similar. Eu fiquei inspirado e pedi ao Johnny para ajudar, porque ele é um estudante de filmagem. Nós percebemos que tínhamos uma mistura estranha de pessoas, culturas e vidas que poderia ser interessante. Não tenho certeza se é, mas é muito muito divertido fazer.

Assistindo The Breathing Show, nós podemos ver que a vida dos membros do The Breathing pode ser bem agitada às vezes. Quais são suas melhores e piores memórias como banda?
Mitch: Wow, essa é uma pergunta difícil. Eu honestamente não me arrependo de nenhum momento com a banda, não importa em qual época. Nós nunca brigamos, então isso é ótimo. Nós passamos por momentos difíceis quando estávamos na gravadora e sentíamos muita pressão, o que causou muito estresse para banda. Nós rapidamente percebemos que a banda tinha que ser uma forma de aliviar o estresse, não de produzir estresse, então decidimos dizer "dane-se" e nos divertir o máximo possível. Desde então tem sido ótimo. Não somos tão produtivos quanto provavelmente poderíamos ser, mas estamos nos divertidos e no fim é isso que importa.

Vocês recentemente deixaram a Modern Life Entertainment, quais são as razões por trás disso?
Mitch: Bem, tiveram várias razões, mas basicamente foi pelo fato de, após três anos, nós termos percebemos que eles não eram o que nós idealizamos como uma gravadora. Apesar de eles terem se vendido dessa forma, eles não faziam muito dinheiro com música e não tinham nenhuma intenção de fazer. O lucro deles vinha de outros lugares e nós, e todas as bandas do selo, estávamos lá apenas por aparência. Desde que nós saímos de lá, todas as bandas tem saído também. É bem triste também, porque todos nós éramos como uma família. Éramos apenas muito inocentes para ver o que realmente estava acontecendo. Homens de negócio são homens de negócios e eles simplesmente adoram montar nas costas de jovens talentosos e inocentes. Acontece em todos os lugares, mas foi especialmente difícil ver isso em uma cultura diferente. Eu não me arrependo do tempo que passamos lá, mas até agora eu tenho adorado ser independente. Se pudéssemos achar uma gravadora confiável, com um foco internacional, nós poderíamos considerar assinar com alguém de novo, mas não estamos procurando. Nós vamos simplesmente fazer nossas coisas e se alguém gostar suficientemente de nós pra vir nos procurar, veremos o que acontece.

Michael teve que deixar a banda por alguns meses. Ele teve tempo de gravar as partes de piano do novo álbum? Vocês já acharam alguém pra substituí-lo?
Mitch: Sim, felizmente o Michael tocou todas as partes de piano antes de deixar a banda. Nós as gravamos em um grand piano de verdade também, então elas soam maravilhas. Isso é exatamente um dos pontos altos do álbum pra mim. Quanto a um substituto, eu pensei em substituir ele e o Won Shik, já que o Won Shik se mudou para Austrália por um ano. Mas no final, eu decidi que não. Nós já tivemos mudanças de membros suficientes e eu sinto que essa formação é o Breathing real, então, ao invés de substituí-los, eu acho que vamos simplesmente esperar eles voltarem. Nós podemos fazer alguns shows acústicos bem legais até eles voltarem, com apenas Andi, Sunny e eu. O Johnny não tem tocado muito conosco há um bom tempo, então ele não vai se sentir deixado de fora, tenho certeza. Mas quando todos terminarem suas aventuras, talvez eles voltem para nós. Quem sabe. Mas por agora, não posso pensar em substituí-los. Eu estou me sentindo um pouco fatalista com relação a isso agora. O que tem que acontecer, acontece. Se alguém que se encaixe aparecer, nós podemos deixá-lo entrar, mas talvez não. A coisa boa é que nós três conseguimos nos virar enquanto as crianças estão fora.

Durante o "show de despedida" do Michael, vocês tocaram alguns instrumentos tradicionais. Vocês os usaram durante as gravações do novo álbum também?
Mitch: Sim, um pouco. Walk Away teve um pouco de saltério martelado, mas pra esse álbum eu não toquei nenhum saltério. Eu não achei que precisasse, mas o Andi toca um pouco de trompete e flauta irlandesa, mas não muito. Nós pensamos em lançar o álbum como um álbum duplo: um disco contendo a versão eletrônica completa e um disco sendo a versão acústica tradicional. Mas quem tem tempo pra isso? Nós podemos fazer algo do tipo pro próximo álbum. Não sei, depende de como essa banda de três membros vai funcionar. Mas por agora, os shows ao vivo serão assim e é bem mais barato fazer turnê com três membros e vários instrumentos, do que com seis membros.

Mitch, você tem um projeto à parte chamado Mitch and the Shake Its, você poderia nos falar um pouco mais sobre ele?
Mitch: Claro. Basicamente, eu tenho algumas músicas que venho escrevendo desde que vim morar na Coréia, quer eram sobre viver em uma cultura diferente e toda essa transição. Eu não achei que elas eram apropriadas para The Breathing, então eu decidi pedir para alguns amigos nossos de gravadora para se juntarem a mim e nós fizemos uma espécie de banda de raízes-punk-americana e acabamos de gravá-las, a maioria ao vivo. O álbum não tem a melhor qualidade, mas é um projeto à parte então, quem liga. Basicamente, é uma espécie de diário dos meus primeiros cinco anos me adaptando à vida em uma nova cultura. Eu mudei muito desde que escrevi a maioria das músicas, mas é legal ter recordações daquela época da minha vida. Foi também uma espécie de teste para ver como o iTunes poderia funcionar para The Breathing. Então, está disponível pelo iTunes, apesar de eu não estar promovendo muito, o site está quase pronto. Qualquer um pode nos conhecer pelo www.mitchshake.com.

Andi, você parece estar ativo em outros projetos musicais, você gostaria de nos contar mais sobre eles?
Andi: Claro. Eu tenho trabalhado na indústria musical pop por aqui há mais de uma década, mas com a calmaria do mercado musical dos últimos anos, eu tive mais tempo de me concentrar em meus próprios projetos, vários deles que eu escrevo e gravo com a minha esposa, Nakyung, como The Majestic High. Estando tão envolvido com Shoegazing/Dream pop, coisa que acontece desde o início dos anos 90, sons que inspiram pensamentos belos de guitarras barulhentas e camadas de efeitos atmosféricos nunca deixaram de chamar minha atenção e, desde 2001, The Majestic High tem vagarosamente trabalhado em músicas que nós esperamos que fossem lançadas em breve. Somos bem diferentes da The Breathing, mas há alguns elementos emocionais que eu acho que todos nós partilhamos nas músicas.
(nota: dream pop é um gênero musical cujo ambiente é o folk, showgazing é a forma mais agressiva do mesmo e usa distorções e "paredes de som"),

Sunny, o que você prefere: cantar em coreano ou em inglês? Por quê?
Sunny: Eu quero que ouvintes de todos os lugares entendam sobre o que são as músicas, porque todas as nossas músicas têm mensagens e eu quero cantá-las para os ouvintes. Minha primeira língua é o coreano então eu preciso colocar um esforço extra para conseguir fazer o som claro e certo. Além disso, algumas músicas ficam melhores em inglês. Várias vezes eu tenho que traduzir palavras do inglês para o coreano e eu me surpreendo depois que termino, porque algumas vezes se torna uma música diferente...

Algumas músicas simplesmente ficam melhores em coreano e outras em inglês, assim como a banda.

Está escrito no site da banda que The Breathing tem planos para outros países. Vocês podem nos contar mais sobre isso? Quando nós poderemos ver The Breathing ao vivo na Europa e nos Estados Unidos?
Mitch: Sim, eu escrevi isso mais como uma previsão do que como um plano, na verdade. Eu não tinha planos, mas está acontecendo, apesar de mais devagar do que eu esperava. Nós entraremos em uma pequena turnê no Japão em fevereiro. Depois do lançamento do álbum, nós realmente vamos tentar promovê-lo nos Estados Unidos, Europa e Austrália também. Eu tenho planos para a América. Europa e Austrália são um pouco mais difíceis pra mim, mas vamos ver o que acontece. Nós adoraríamos ir pra Europa fazer uma turnê. Se alguém que ler isso quiser, por favor nos leve!

Alguma palavra final para nossos leitores?
Mitch: Eu realmente gostei desse site e do que vocês estão fazendo. Eu acho que a música asiática é muito excluída do resto do mundo e é legal ver pessoas tentando divulgá-la no ocidente. Se alguém quiser nos levar para alguns shows, junto com alguns bons artistas japoneses loucos, por favor entrem em contato. Escutem nosso álbum quando tivermos terminados (esperamos que em poucos meses). Também, visitem nossa homepage em: www.thebreathingkorea.com. Vocês podem ouvir nosso álbum e assistir o The Breathing Show lá, além de acompanhar nossos blogs. Muito obrigado pelo apoio. Nós realmente apreciamos.

O KoME gostaria de agradecer a The Breathing por tornar essa entrevista possível.
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